Echo, echo, echo(...)

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Mas você não tá nem aí



Quem é que nunca percebeu que quando um novo ano está prestes a se iniciar, tem-se a esperança/promessa de que algo diferente vai acontecer? Pessoas começam a dizer que as coisas vão melhorar. Alguns repetem que mudarão sua postura num amanhã que nunca chega. Outros fazem listas mentais daquilo que gostariam de fazer e nunca fazem. Essa ideia acaba se repetindo como num ritual de entrada de ano que, na maioria das vezes, não passa disso. A máxima “Ano Novo, vida nova” não vigora mais que alguns dias. Depois vira bosta no lixo do esquecimento até que chegue mais um 31 de dezembro. E tudo se repete.
Se bem que algo sempre muda: as horas, os dias, os meses. É pessoal, o tempo passa e é implacável. Já as pessoas(...) Essas, fazendo um exame de consciência ou não, parecem não mudar sua percepção nunca! E que peso parece ser colocado em nossas costas quando nos percebemos tão igualmente medíocres por dentro e tão diferentes no reflexo do espelho! A humanidade continua fazendo as mesmas coisas, sentindo as mesmas coisas, compactuando com os mesmos atos. E ficam todos esperando que as transformações em nossas vidas ocorram de uma hora pra outra, que a hipocrisia se extinga, externamente, como se fosse acontecer um milagre ou algum tipo de cura divina descesse dos céus e acabasse de vez com essa zona, quando, em verdade, essas mudanças devem partir de cada um de nós, com atitudes diferentes. Não vou nem falar daqueles pobres coitados que acham que se o mundo é hipócrita devemos baixar a cabeça e chutar cachorro morto para que a vida possa ser vivida sem maiores incômodos, preferem que as coisas continuem na mesma, na merda, na insuficiência, pois encarar que os problemas que existem com o próximo não são de sua conta é mais fácil (esses são uns fracassados que se acham superiores aos outros fracassados).
Situações assim acontecem sempre.
Como disse Ramon Gurgel: “A mentalidade não muda com a cor da calcinha/cueca que você veste na virada”.
Algumas pessoas sempre estão se propondo a mudar, mas raramente agem de acordo para que isso ocorra. Outras nem mesmo isso. O ano novo pode envolver uma nova vida. Porém, que ninguém espere que as coisas mudem porque o tempo está passando. O tique-taquear do relógio não é suficiente para tanto. Temos de ter em mente que o importante é ir atrás do que queremos com ações direcionadas e que nossas ações fazem parte de um todo, e que esse todo é cada um de nós. Vamos nos tocar!

terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Imagem: Vitor Bauer.
Um brinde a essa cidade em que nasci pelos seus 413 anos. Uma cidade bonita, morna, agradável e elogiada em todos os lugares por onde passei. Cidade de grande importância quando o europeu saiu de suas terras para explorar tudo que podia - razão da qual os primeiros habitantes deste país não habitarem nossas terras; já foi Nova Amsterdã (Nieuw-Amsterdam) depois da ofensiva holandesa para não perder o monopólio da cana-de-açúcar devido a União das Coroas Ibéricas; capital Espacial, entreposto importante para a vitória aliada na 2ª Guerra Mundial sobre o Eixo Hitlerista; cidade de Câmara Cascudo, Auta de Souza, Henrique Castriciano, Zila Mamede, Nísia Floresta, Racine Santos, Nei Leandro de Castro, Zé Saldanha entre tantos outros nos quais deveríamos nos orgulhar (não aqueles "cidadãos natalenses" que exportamos, geralmente nem merecem atenção).

Infelizmente gerida por bandidos que festejaram com mesa farta nos arredores de Areia Preta e similares de especulação imobiliária não menos proporcional (estendendo-se a bares, eventos, restaurantes e qualquer outro tipo de prestação de serviçoes/comércio que seja possível superfaturar na cara dura - na maioria das vezes os mesmos também são os proprietários). Sinto apenas vergonha dessa nossa atual realidade. No mais, apesar dos pesares, eu amo esta terra, mas a cada dia que passa eu percebo que meu lugar não é aqui. Vai entender...

Parabéns Natal! Pelo menos ao que ainda resta de ti.
(@Ramon Gurgel)

"Tem um rio e tem o mar.
Cinemas. Autos.
Sal de Macau. Algodão do Seridó.
Cera de carnaúba. Couros.
Açúcar de quatro vales largos e verdes.
O pneu amassa o chão vermelho
dos comboios lerdos, langues, lindos.
Poetas.
Morros, areias, orós, mangues,
siris e aratus grudados nas pedras.
Centros operários.
Cidade pintada de sol
com uma alegria de domingo.
À noite, pesca de aratu com facho,
nas praias longes de Areia Preta.
Cajueiros. Coqueiros. Mongubeiras.
Bailes do Natal-Club.
Luar impassivelmente romântico.
Serenatas.
Bó-nito! Grog à frio.
Magestic, Anaximandro, Cova da Onça.
Bonds. Auto-Omnibus subindo.
Pregões.
Por cima das casas, zunzeiam, ronronantes e zonzos,
motores roncando no caminho sem rastos dos aviões."

(Cidade do Natal do Rio Grande - Luís da Câmara Cascudo)

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Natal





 












Passei com uma coroa triste.
Os filhos viajaram e o marido tem outra.
Fiz lentilha, chester e arroz.
Bebemos algumas garrafas de vinho
E a comida está fria sobre a mesa.

Ela é tão sozinha quanto eu,
A diferença é que uma foi abandonada.
O outro tomou uma decisão.

Transamos como ela queria.
Gozamos quando ela queria.
Paramos para ela dormir.
Ganhei meias.

Eu poderia ter filhos, mulher, emprego,
Vida...
Optei ser escritor
Criticado.

Optei viver da alma
Deixando-a solta.

Feliz Natal é o caralho!
Ela ronca.

Por:




quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

sábado, 1 de dezembro de 2012

Medroso




Tava eu lá com o namorado e a irmã dele na maior vibe, curtindo a night. Um doido chegou junto e perguntou: “Ei, essa tua amiga aí e tals” (...) Aí eu fiquei calada, depois apresentei os dois e disse no ouvido dele que ele não fazia o tipo dela. O sujeito riu e perguntou se eu podia fazer mais que aquilo, eu disse: “Véi, na boa?, a gente não tá mais no ensino fundamental pra ficar de “guerrinha”. Quer saber sobre ela, se garanta e chegue junto”. Ele sorriu amarelo e foi embora. Vai entender.

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Meu Desabafo Alheio




Percebi que aquela garota sempre conversava olhando para os lados
Abraçava olhando para os lados
E, dependendo de quem estava olhando em sua direção,
Adoçava as palavras que saíam da boca
Ou dava gargalhadas jogando de leve a cabeça para trás
Perguntei pra quê todo aquele teatro
E ela fingiu não saber do que eu estava falando
Eu disse, meu bem, não se iluda e nem tente iludir
É trabalhoso e no final não dá em nada
Mostramos quem somos cedo ou tarde
Cumprimente as pessoas com vontade
Abrace com carinho real
Converse prestando atenção a quem está na sua frente
Mesmo porque, não importa quem está ao redor
Muito menos quem não está
Não importa se estamos vendo alguém
Sempre tem alguém nos vendo.