Echo, echo, echo(...)

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010


“A minha verdade
é algo que se acrescenta ao que já sou,
e algo que se retira,
e algo que se transforma.”

- Marly de Oliveira.


Procuro e encontro coisas que me sacodem a alma. Contribuo de qualquer forma para que pessoas que tripudiam e falam mal dos outros assumam uma conduta menos miserável. Sou efervescente. Tenho tempo e oportunidade. Minha estrada é torta e íngreme por ser a estrada que ELA, uma outra que existe em mim, e que ainda não sei quem é, escolheu para caminhar.
Afasto-me do medo de ter medo – mesmo quando há uma certa escuridão no olhar.
E todos que estão próximos a mim sabem que sou igual a qualquer um, mas com tantos outros mins habitando o mesmo espaço, tão consciente de minha multiplicidade que só por isso sou quem sou.
As pessoas comentam sobre meus atos, mas não me conhecem. Olham quando passo, mas ao se curvarem não me veem.
Sou amada deveras,
desejada deveras.
Sou sonho real. Não me perco senão em mim mesma, pois sou parte de tudo que se vê e de tudo que não se vê.
Sou a eterna novidade das coisas que, mudando, permanecem.
E daí se a vida aqui e ali me dá limões?
Poderia de vez em quando fazer uma limonada e vez por outra perguntar por sal e tequila, uh?

-Justine Febril.


quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

O Homem que Odiava Compromisso (5 trechos).

http://www.progressiveart.com/rut_alla_breve.shtml



Estava habituada com o anti convencionalismo de Samir, mas só Deus sabe o que eu havia passado para aceitá-lo e compreender que ele é o que é: peso! Samir é peso!!!(...)
(...)Anti-convencional, impulsivo, repulsivo, bonito, muito bonito e verdadeiro – tanto que machucava.(...)
(...)na véspera do meu aniversário Samir me aparece com uma puta feia e viciada em pó em cima da cama. A puta tinha a boca torta e vestia a camisa dele. Ele estava deitado com a bermuda aberta e o pau para fora.
Eu disse “puta que pariu, Samir!” tentei escrachar com a situação mas ele estava tão bêbado que eu cheguei a pensar que ele talvez não tivesse escutado merda nenhuma do que eu dizia, então ele veio com aquele discurso imbecil de que já tinha me avisado que era daquele jeito. Eu disse “realmente você me avisou, e me avisou também que passaria a semana do meu aniversário comigo.” Eu estava com a cabeça a mil por hora, mas consegui, sei lá como, não gritar nem chorar.
Ele disse para eu não engolir corda, disse que a puta – que se chamava Juliete – havia apenas ficado no “hand job” e disso não tinham passado porque ela queria dinheiro e ele não o tinha. Caralho, caralho grande de asas, vontade de matar, vontade de gritar aos berros e vontade de comprar a puta, só para poder descontar nela o que não poderia descontar nele.(...)
(...)Ele vivia dizendo “Você acha que o meu mundo é o seu mundo, Gabi?!” ou então “Você acha que o seu deus é o meu deus?”(...)
(...)Eu estava sempre com raiva da conduta de Samir, até que um dia percebi que ou eu estava com ele e faria parte de tudo aquilo, ou dava as costas e não faria parte de mais nada, ia embora de uma vez, e foi aí que eu aprendi a fingir que não me importava, e comecei a fingir tão bem que no final, até eu mesma pensava que não me importava de verdade. Primeiro achei que era louca de tentar manter um relacionamento sadio com alguém como ele. Todas as pessoas que eu conhecia me diziam que eu iria acabar me ferrando feio. E eu lá fingindo aceitar tudo numa boa e crendo que era realmente o que eu sentia. Meu fingimento trouxe consigo a minha crença de que o mundo era doce.
Quatro semanas depois de eu haver adotado essa conduta Samir me propôs que morássemos juntos. Céu azul anil, peixinhos dourados num aquário gigantesco, vida, vento e brisa, sol e brisa e a voz de Samir ao pé do ouvido durante um abraço de três segundos.


sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Nada é mais seguro, tudo é de se esperar.

-Arquíloco.


Na foto: Narayana, se fosse uma capa de cd.

Bom, senhores, agora venho eu hoje tentar tecer linhas sobre a magnitude do amor. Tudo é admirável na totalidade do que representa o amor. Eu gostaria realmente de lhes contar sobre o que é o amor para mim, gostaria mesmo, seria algo muito surpreendente, lógico que os exemplos teriam seus altos e baixos, mas seria muito longo falar sobre o que é o amor para mim (ou não?), creio que não seria muito difícil de entender, e seria surpreendente, com certeza, muito surpreendente, porque não é sempre que os senhores vão encontrar uma mulher como eu ainda viva e na flor da idade, ah, não vão, e por isso é que eu acho que seria interessante falar à respeito do amor sob minha ótica. Bem, mas acho que só vou começar mesmo num post futuro, pois o meu medo é não saber escolher de que forma irei contar sobre isso de uma maneira que fique atraente e agradável de ser lido. Ou é isso ou eu renunciarei à sublimação que eu tanto aprecio. Para dizer a verdade não tenho a menor ideia de como vou fazer isso, só sei que mais cedo ou mais tarde, essa vontade de escrever sobre o amor vai ultrapassar esse receio de não conseguir se fazer entender (ou não?). Provavelmente será um conto, um mini conto, ou poderá ficar melhor num texto objetivo e pragmático. “Lord Byron, Charles Baudelaire, D'annuzio, onde estão vocês?” Vou começar a escrever sobre o amor qualquer dia desses. Escrevo sobre a maioria das coisas com muito conforto e agilidade. Não sei por que com o amor não pode ser assim. “Tiziano, Giorgione, Veronesse, “mein herrlicher Klint” e até você que lê isto , vocês já deram a alguém carne para incendiar o sexo?” É isso, senhores, o post de hoje serve apenas para ratificar a promessa que fiz dia desses. Vou lá. Quem sabe eu não consigo já ir produzindo coisa que preste antes de amanhã, uh?