Echo, echo, echo(...)

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Da ignorância ao conhecimento.



Estava ouvindo Matisyahu e escrevendo(...)
Sabem, senhores, aquela história de cada um de nós ser mais atraído pela novidade do que por qualquer outro aspecto? Pois é, o novo exerce mesmo permanente fascínio sobre nós, uma vez que a impressão provocada pela novidade, positiva ou negativa, é uma conquista única e “invivenciável.”
O aspecto de novidade é tão absorvedor que tanto o que é belo quanto o que é grande vai perdendo o encantamento à medida que o objeto vai perdendo a sua novidade.
Ora, vocês já devem ter passado pela experiência de perguntar para uma certa pessoa por que mesmo tendo um relacionamento muito bom, dormia com outra(s) pessoa(s) vez por outra e deve ter escutado a popular frase: “feijão com arroz todo dia enjoa.”
Ah, vamos combinar que enjoa mesmo, não é?
Aí vem a novidade e nos seduz, nos apraz(...)
mas isso foi só um exemplo cretino sobre esse aspecto universal do ser.
Okay, okay, todos os seres amam o que é novo e se revestem dele. Mas há casos em que se consegue manter um certo atrativo, mesmo vivenciando um pouco de vazio e uma sensação de tédio na ausência de novidade: depende do quão raro e mutável o objeto consegue ser para que se conserve na relação desconhecido/novo um nível de encantamento na repetição.
Existe algo que não é novidade mas que é forte e atraente o suficiente para nos fazer querer vivenciá-lo mais e mais não importando, por vezes, quanto tempo passe.
Mas o que é isso que move mundos? Que nos faz flutuar? Que nos deleita, nos consome, marca, completa? O que é? O que é? Onde nasce? De onde vem?
Agora é o momento onde me perco, senhores: falar sobre amor.
Ai, me atrapalho inteira quando tenho de falar sobre algo que me é tão simples. Vocês conseguem entender? O amor é realmente simples. O difícil é transmitir de forma clara e criteriosa o que ele representa para mim. Prefiro me despedir com a promessa de uma crítica futura sobre esse assunto. E para não largar de mão, vou encerrar com uma frase cretina, porém verossímil, o post de hoje:
“A paixão é sempre monogâmica. O amor, não. O amor costura para fora de vez em quando.”


quarta-feira, 24 de novembro de 2010


Afinal de que adianta dizer algo para ouvidos moucos? - e isso não seria totalmente em vão?
Então eu escrevo para enxergar além do viés distorcido do que é o mundo material. - Essa versão inexata do essencial não me cega a visão
Ainda asssim, há os raros momentos em que fatores externos conseguem fazer com que eu volte no tempo, com que eu me sinta preso no poço sem fundo das preocupações estéreis. - Isso dura 5 minutos.
Depois, lembro de ficar feliz pelo fato de viver em plenitude.
Sou ele
Sou ela
Sou o que existe.
E a partir de mim, todos os outros.

- Salvador Rios.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

REFLEXÕES SOBRE MEU EU TRANSITÓRIO (TRECHOS)



“Os aspectos da aparência produzem um efeito que tende ao absoluto: o belo produz uma sensação de prazer; o feio, de terror.”

    Pedro Lyra


Os mais belos, para mim, são aqueles que não se esgotam em si mesmos, que têm alguma força de sugestão para transitar da treva para a luz.
Sou daquelas que creem que aparência e essência se condensam. Gosto daqueles que existem per se, em si mesmos ao alcance de qualquer um, porém, sensação de prazer mesmo, eu tenho através daqueles que só podem existir em outro ser.
Gosto de estímulos que solicitam respostas. Quando esse estímulo brota, senhores, consigo me perder entre novidade e antiguidade fácil, fácil. Exatamente como se decolasse numa transitividade louca dos sentidos. (…)
Eu me lanço no embalo ao me permitir pertencer, ao reconhecer alguém que tem a natureza de causar, de produzir, de consistir. Gosto de me sentir formada e digna. Mais do que isso: sou um ser que tem atributo e um modo de existir – não em mim por mim, mas por alguns aspectos que existem no outro (exatamente aquele outro onde me instalo e que me impulsiona, como se pode perceber facilmente, ao exalar todos os aspectos pelos quais as coisas do mundo se exteriorizam e me provocam). - Sou a própria face captável de uma essência transitória ao avesso: não peço complemento, embora possa me moldar e ser aquilo que completa. Mas aí já depende do quão provocante aos meus sentidos, à minha sensibilidade ou à minha consciência os atributos do outro podem ser. (…)
Em minhas relações, não posso conceber nenhum outro ser existindo fora de mim ou de todas as outras mins que habitam os mundos e nem eu devo existir fora do outro ser e de todos os outros seres que subsistem. Devemos estar encravados, enroscados, arrebatados, já que a coisa em si e não no outro é inacessível.(...)
Dessa forma estou entrelaçada a muitos e muitos estão entrelaçados a mim.

    Justine Febril.

Nota: como puderam perceber na foto acima do texto, eu mudei um pouco o visual. Espero que o efeito produzido cause boas sensações. Encerro o post de hoje com um trabalho de Lucio Salvatore. O dia permanece quente.
Até breve, senhores.


terça-feira, 16 de novembro de 2010

Subjetiva eu?



Para começar(...)
O primeiro princípio norteador, que eu considero hoje como relacionamento ideal, causa ligeiro mal- estar logo de cara para alguns – muito natural, já que eu mesma tive um susto quando percebi que o valor ideal de amor não se baseia em romantismo e fidelidade e sim em companheirismo e lealdade. Graças aos deuses, completo eu, porque sendo assim a possibilidade de algo maior e eterno pode vir a ficar perto de nós.
Gosto de pensar que sentimentos nobres, ao alcançarem certa despretensão se humanizam. E é justamente esta humanização que nos permite aproveitar melhor a vida, recuperando muitas vezes com a outra mão aquela profundidade de significado que toda existência tem. Compreendendo isso, recuperando esse acabamento de forma, essa intensidade extraordinária que está inerente a cada ser em sua essência, podemos fazer de nós mesmos inesperados, embora discretos, candidatos a perfeição: podemos ser pequenos deuses; partículas de luz; energia pura. Podemos nos ocupar de viver.
Numa época de envolvimentos efêmeros, essa concepção do amor leal, onde a validação consiste em ser feliz e desejar a felicidade do outro, que se caracteriza como algo além do convívio do dia-a-dia, mesmo que os sentimentos estejam entrelaçados à vida cotidiana ou sobrevivendo de forma despojada, não é, contudo, muito fácil de ser absorvida como foco vital numa sociedade que caminha sempre ao contrário, uma sociedade que mantém o egoísmo, a falta de controle e o passional surgindo constantemente, nos tornando sementes ruins. Mais do que isso, nos tornamos seres de extensão limitada, sem a capacidade de governar a nós mesmos.
Ora, senhores, seria correto eu dizer que cada um de nós não teria a capacidade de administrar essa vontade própria? Eu disse ADMINISTRAR. Ah, sim. claro que temos essa capacidade. Mas para isso, temos de saber quem realmente somos e o que realmente queremos para poder reger nossas necessidades. E quando digo necessidade não falo de um desejo débil, não. Nós temos de nos sentir bem, viver bem e, enfim, tratar de ser felizes. A vida é curta e é boa, e o amor é essencial e dele precisamos estar repletos, nossos potes têm de estar cheios.
Ainda digo mais, esse tipo de pensamento quase caminha de mãos dadas com o chamado amor polivalente, justamente por ir contra a tendências aparentemente fundamentais do meio em que aparece: sempre batendo de frente contra as convenções sociais.
Como tema predominante, aqui no post de hoje, eu quis ressaltar o amor sob uma perspectiva menos mesquinha, assumindo o indispensável e inevitável abrir de olhos que me acometeu há algum tempo, e que achei tão belo ao assistir “Um sonho de liberdade”: pessoal, tudo na vida se trata apenas de “ocupar-se de viver ou ocupar-se de morrer.” E é isso. Uma explicação melhor é sempre a explicação mais simples.
A vida é curta e é boa, senhores. Ocupemo-nos de vivê-la, então.