Echo, echo, echo(...)

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Subjetiva eu?



Para começar(...)
O primeiro princípio norteador, que eu considero hoje como relacionamento ideal, causa ligeiro mal- estar logo de cara para alguns – muito natural, já que eu mesma tive um susto quando percebi que o valor ideal de amor não se baseia em romantismo e fidelidade e sim em companheirismo e lealdade. Graças aos deuses, completo eu, porque sendo assim a possibilidade de algo maior e eterno pode vir a ficar perto de nós.
Gosto de pensar que sentimentos nobres, ao alcançarem certa despretensão se humanizam. E é justamente esta humanização que nos permite aproveitar melhor a vida, recuperando muitas vezes com a outra mão aquela profundidade de significado que toda existência tem. Compreendendo isso, recuperando esse acabamento de forma, essa intensidade extraordinária que está inerente a cada ser em sua essência, podemos fazer de nós mesmos inesperados, embora discretos, candidatos a perfeição: podemos ser pequenos deuses; partículas de luz; energia pura. Podemos nos ocupar de viver.
Numa época de envolvimentos efêmeros, essa concepção do amor leal, onde a validação consiste em ser feliz e desejar a felicidade do outro, que se caracteriza como algo além do convívio do dia-a-dia, mesmo que os sentimentos estejam entrelaçados à vida cotidiana ou sobrevivendo de forma despojada, não é, contudo, muito fácil de ser absorvida como foco vital numa sociedade que caminha sempre ao contrário, uma sociedade que mantém o egoísmo, a falta de controle e o passional surgindo constantemente, nos tornando sementes ruins. Mais do que isso, nos tornamos seres de extensão limitada, sem a capacidade de governar a nós mesmos.
Ora, senhores, seria correto eu dizer que cada um de nós não teria a capacidade de administrar essa vontade própria? Eu disse ADMINISTRAR. Ah, sim. claro que temos essa capacidade. Mas para isso, temos de saber quem realmente somos e o que realmente queremos para poder reger nossas necessidades. E quando digo necessidade não falo de um desejo débil, não. Nós temos de nos sentir bem, viver bem e, enfim, tratar de ser felizes. A vida é curta e é boa, e o amor é essencial e dele precisamos estar repletos, nossos potes têm de estar cheios.
Ainda digo mais, esse tipo de pensamento quase caminha de mãos dadas com o chamado amor polivalente, justamente por ir contra a tendências aparentemente fundamentais do meio em que aparece: sempre batendo de frente contra as convenções sociais.
Como tema predominante, aqui no post de hoje, eu quis ressaltar o amor sob uma perspectiva menos mesquinha, assumindo o indispensável e inevitável abrir de olhos que me acometeu há algum tempo, e que achei tão belo ao assistir “Um sonho de liberdade”: pessoal, tudo na vida se trata apenas de “ocupar-se de viver ou ocupar-se de morrer.” E é isso. Uma explicação melhor é sempre a explicação mais simples.
A vida é curta e é boa, senhores. Ocupemo-nos de vivê-la, então.

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