“Os aspectos da aparência produzem um efeito que tende ao absoluto: o belo produz uma sensação de prazer; o feio, de terror.”
– Pedro Lyra
Os mais belos, para mim, são aqueles que não se esgotam em si mesmos, que têm alguma força de sugestão para transitar da treva para a luz.
Sou daquelas que creem que aparência e essência se condensam. Gosto daqueles que existem per se, em si mesmos ao alcance de qualquer um, porém, sensação de prazer mesmo, eu tenho através daqueles que só podem existir em outro ser.
Gosto de estímulos que solicitam respostas. Quando esse estímulo brota, senhores, consigo me perder entre novidade e antiguidade fácil, fácil. Exatamente como se decolasse numa transitividade louca dos sentidos. (…)
Eu me lanço no embalo ao me permitir pertencer, ao reconhecer alguém que tem a natureza de causar, de produzir, de consistir. Gosto de me sentir formada e digna. Mais do que isso: sou um ser que tem atributo e um modo de existir – não em mim por mim, mas por alguns aspectos que existem no outro (exatamente aquele outro onde me instalo e que me impulsiona, como se pode perceber facilmente, ao exalar todos os aspectos pelos quais as coisas do mundo se exteriorizam e me provocam). - Sou a própria face captável de uma essência transitória ao avesso: não peço complemento, embora possa me moldar e ser aquilo que completa. Mas aí já depende do quão provocante aos meus sentidos, à minha sensibilidade ou à minha consciência os atributos do outro podem ser. (…)
Em minhas relações, não posso conceber nenhum outro ser existindo fora de mim ou de todas as outras mins que habitam os mundos e nem eu devo existir fora do outro ser e de todos os outros seres que subsistem. Devemos estar encravados, enroscados, arrebatados, já que a coisa em si e não no outro é inacessível.(...)
Dessa forma estou entrelaçada a muitos e muitos estão entrelaçados a mim.
– Justine Febril.
Nota: como puderam perceber na foto acima do texto, eu mudei um pouco o visual. Espero que o efeito produzido cause boas sensações. Encerro o post de hoje com um trabalho de Lucio Salvatore. O dia permanece quente.
Esse é o cara que pinta com o próprio sangue?!
ResponderExcluirÓtimo texto!
Ah, comprei um caderninho... voltarei e escrever poesias.
sim, Moya, eh o cara que pinta com o próprio sangue,aliás: haja sangue, não é?
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