Echo, echo, echo(...)

quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Menina flor




Menina flor de sonhos

Em dias de frio

O bom é ler um livro
De Honoré Balzac
Entre parágrafos
Dos cenários parisienses 
Surgirá uma balzaquiana
Livre em seus pensamentos
Gira mundos
De falsas morais
Em movimentos circulares
Caem ritos machistas
Desfolhar feminas
Libertas serás 
Para além do quarto de desejos!





(Luciano Capistrano)

sexta-feira, 21 de outubro de 2016

Ocupar com vida

Na foto: Deus e sua metade, Narayana e Radharani

Sabe quando é tudo mais bonito escrito? Pois bem, aí está. Quando proferido a magia estraga. Consuma-se. Vitórias completas e a tanto custo conseguidas, de repente assustam. O que poderei fazer? "Retomar a magia", eu ouvi minha mim íntima dizer. E ficou repetindo... No limiar da felicidade o coração hesita. Minha mim íntima não fala por mal. Pareceu uma boa ideia. Retomar a magia. Ocupar-se de viver. Esquecer o choro. Este não traz vela. Nem fita amarela. 

quinta-feira, 28 de julho de 2016

ENQUANTO ESPERO

Na foto: Narayana acervo pessoal. 


Enquanto espero

suavizo o tempo
ouço assobios 
mergulho em versos
agendo tarefas
reagendo tarefas
reafirmo minha simplicidade
penso nos amigos
penso nos amores
digito dores
submerjo em sabores
sou muitas
sou nenhuma

enquanto espero



S2

sexta-feira, 1 de julho de 2016

Na foto: reprodução da capa do cd do Canastra

Sigo a mil com os amigos, velhos camaradas chutando cachorro morto e se revelando íntimos.
Os velhos camaradas que observam de pé, maravilhados, num contemplar perpétuo, fabricando lágrimas longas e sentidas, mudos.
Eles ouvem o chamado e se amontoam aos pés do penhasco.
No alto, eu.
- Somos espelhos refletindo com maestria nossas habilidades confusas e sombrias.

Erguemos nossa fortaleza taciturnos
e apaixonados seguimos até...

domingo, 19 de junho de 2016

Nem tempo, nem espaço


Na foto: Nara e Nando Click: FotoLumina Arte: LolóRibeiro


Talvez você não saiba como nasceu... Nem eu, nem você saibamos. Somos analfabetos em reminiscências e profecias. Por isso nos importamos apenas em tocar o barco.
E foi na curva do rio da vida que nossos corpos se juntaram. Houve o abraço e sentimos o calor, ou melhor, vivemos o calor um do outro...
A partir daí não houve mais adeus, esquecemos nossas diferenças, nossos defeitos, e começamos a amoldar-nos. Passamos a viver mais aquilo que estava dentro de nós que aquilo que estava em volta de nós. Por isso, muitas vezes fomos pegos calados, admirando a interioridade de cada um.
E o sentimento livre, espontâneo, foi se realizando platonicamente.
Hoje eu rio com o seu riso e choro com os seus olhos.
Hoje qualquer força maior poderá nos separar fisicamente, mas fracassará na alma, porque nos tornamos um.
Não morrerei se tiver que partir, e talvez nem lamente em desespero, porque o amor é justamente a aceitação, e dele estamos repletos, nossos potes estão cheios.
A distância jamais será separação ou motivo de masoquismo, pois para nós que amamos realmente, não existe tempo, nem espaço.
O amor é abstrato, caminha invisível dentro da gente, abstrato... Como o lugar e a hora onde nossas almas confabulam.

(Neimar de Barros)


...

sexta-feira, 17 de junho de 2016

Armadillhas

Foto: manipulação de imagem acervo pessoal












A pessoa cansada   O absurdo sendo imposto  A cabeça pendendo  Os olhos prestes a lacrimejar

Nuvem sem espaço  Corpo que cai  Ponta da lança no olho do búfalo O choque na liberdade

Um passado que se foi dia desses       A vida não está mais lá        

O agora é melhor              O agora é ouro.