Echo, echo, echo(...)

domingo, 19 de junho de 2016

Nem tempo, nem espaço


Na foto: Nara e Nando Click: FotoLumina Arte: LolóRibeiro


Talvez você não saiba como nasceu... Nem eu, nem você saibamos. Somos analfabetos em reminiscências e profecias. Por isso nos importamos apenas em tocar o barco.
E foi na curva do rio da vida que nossos corpos se juntaram. Houve o abraço e sentimos o calor, ou melhor, vivemos o calor um do outro...
A partir daí não houve mais adeus, esquecemos nossas diferenças, nossos defeitos, e começamos a amoldar-nos. Passamos a viver mais aquilo que estava dentro de nós que aquilo que estava em volta de nós. Por isso, muitas vezes fomos pegos calados, admirando a interioridade de cada um.
E o sentimento livre, espontâneo, foi se realizando platonicamente.
Hoje eu rio com o seu riso e choro com os seus olhos.
Hoje qualquer força maior poderá nos separar fisicamente, mas fracassará na alma, porque nos tornamos um.
Não morrerei se tiver que partir, e talvez nem lamente em desespero, porque o amor é justamente a aceitação, e dele estamos repletos, nossos potes estão cheios.
A distância jamais será separação ou motivo de masoquismo, pois para nós que amamos realmente, não existe tempo, nem espaço.
O amor é abstrato, caminha invisível dentro da gente, abstrato... Como o lugar e a hora onde nossas almas confabulam.

(Neimar de Barros)


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