Echo, echo, echo(...)

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Cinema curto.

Na foto: Narayana & Christopher.

Ele ficava lá parado,
olhando-me através do reflexo no espelho
por intermináveis momentos.
Eu era uma dessas pessoas que acreditam no amor
mesmo não estando apaixonada.
Nosso abraço me lembrava o roçar de um tecido aveludado sobre o corpo.
Para fugir do convencional
mantínhamos nossa relação poliamorosa:
sempre esbarrando em valores sociais.
Ele nunca dizia “eu te amo” antes repetia
“encontre alguém melhor que eu.”
Mas eu não encontrava,
tampouco procurava.
Permanecíamos com nossas palavras impossíveis
fazendo-nos rir às gargalhadas.
Ele ficava lá parado,
olhando-se através do reflexo no espelho
por intermináveis momentos.
E eu nunca conheci alguém mais feliz.

Nenhum comentário:

Postar um comentário