Echo, echo, echo(...)

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Caralho, que bosta.

Dez horas da manhã de domingo – ou seja, madrugada – e lá estava eu, digitando um texto do tamanho de um bonde, quando, de repente, o teclado enlouqueceu. Uma janela com um aviso, que eu não entendi, saltou na tela. Eu, na minha infinita sabedoria, de gente arrogante, dei um enter e pronto: a merda tava feita: desativei a porra do teclado.
Estava quase chorando, pensando em quem diabos poderia me ajudar a inverter a idiotice que eu tinha feito. “Puta merda, hoje é domingo. E agora?” Saí andando à pé, com o computador nas costas. Começou a chover. “Que lindo” eu pensei. Ainda bem que era uma chuva fininha. Bom, fui andando até o restaurante do pai do Pepper – milhões de quilômetros depois. “Ôpa, bom dia, Galileu. Seu filho tá aí?”
Olhei para a cara do Pepper – que por certo não pôde avaliar meu real estado de espírito, visto que eu estava devidamente disfarçando, as lágrimas de desespero, com uns óculos escuros.
  • O que foi? – ele perguntou com o sorriso mais lindo do mundo.
Eu rosnei, sem querer:
  • Eu sei lá que caralho eu fiz – pausa. Depois voz baixa, cheia de vergonha – tá, eu sei: apertei o tecla shift cinco vezes.
  • Ah, isso é simples de resolver.
Pepper Lovitche.
 
Eu esbocei um sorriso de falso alívio e senti meu corpo se derretendo na cadeira onde eu estava. Ele lá, todo tranquilo e eu num misto de pensamentos variando entre um simples “graças a Deus” e um complexo “puta que pariu, como eu sou burra.”
Enfim, após um minuto e meio, fui embora ainda com uma sensação ruim, sem saber se ficava apenas feliz, por não ter feito uma cagada maior, ou triste, por haver descoberto o quão leiga eu ainda sou em assuntos digitais – e, nos dias atuais, ser leiga, burra, idiota, mongol, seja lá o que for é foda.
No caminho para casa, a pé e na chuva fina, novamente, por impulso, parei num brechó e comprei uma calça de algodão cru por R$ 2,00.
Aí sim, como genuíno representante de espécime homo sapiens sapiens do gênero feminino que sou, pude, finalmente, sorrir de alívio. Melhor que isso só com chocolate meio-amargo.

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