Echo, echo, echo(...)

domingo, 26 de junho de 2011

O indivíduo em seu mundo desnudado.

(Para não dizer que eu não falei do óbvio).


De acordo com alguma pessoa, cujo o nome me escapa, nós estamos soltando as amarras das próximas gerações, digo, permitindo que os indivíduos de hoje demonstrem seus sentimentos reais e sem pudor algum, e que isso é uma coisa “muito incrivelmente legal.” Bom, se isso é mesmo verdade, por que diabos o mundo me parece estar virando de cabeça para baixo? Outro dia, na secretaria do cursinho onde eu trabalhava, um garoto, que se diz “EMO” , mas que eu acho que tá mais para “INDIE” estava justificando o porque de ele haver faltado quase um mês inteiro de aula: “É que meu namorado terminou tudo comigo, então eu caí em depressão.” Caralho terminou um namoro de duas semanas e precisa faltar a aula um mês? Ele tem apenas 12 anos! Vai ganhar o que com isso? Depois, no mesmo dia, vi um grupo de garotas apostando quem perderia a virgindade primeiro. Acho que esse post vai ser o mais curto para uma questão tão delicada quanto essa. Só quero saber se a forma com a qual estamos conduzindo tudo é realmente a saída para estabelecer contato com um mundo cheio de imaginação, poesia e fábula que só os jovens parecem ter ou se, ao contrário, estamos dispondo tudo de uma forma tão banal que em breve não haverá futuro, não haverá meio ambiente, não haverá segurança, não haverá trabalho. Um mundo onde você sai para dar um rolé com os amigos e é assaltado na esquina de casa. Um mundo que se diz tão moderno, mas cuja modernidade, que defende tanto os direitos do indivíduo, é a mesma que trata de surrar pessoas nas ruas por causa de sua classe, cor da pele, opção sexual. Um mundo tão moderno onde a ética e a moral parecem se esquecer como criar relações mais próximas com a grávida, ou o idoso querendo sentar na vaga do ônibus que é a ele destinada, com o padeiro, com o vizinho e, talvez mais importante, com as crianças. Será que sabemos quais são as nossas próprias necessidades e desejos para que possamos formar cidadãos conscientes e atuantes. Será que estamos mesmo assegurando os meios que permitiriam a existência das próximas gerações? 

Sei não, viu. Mal posso esperar para perceber o despertar que o amanhã trará, o momento inevitável de todos os dias, o momento em que me liberto e
abro os olhos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário