Viver enquanto se dorme tem suas desvantagens, não obstante tem suas vantagens também, porque tudo tem dois lados. No espaço da magnitude, viver de sonho surpreendentemente pode manifestar em algumas pessoas o que há de melhor na forma como elas conduzem suas existências. Vamos só abrir esses parênteses para falar do lado bom, pois para ver coisa ruim basta ligar a tv e assistir o noticiário.
Não há mal algum em aproveitar a vida, mesmo quando só tomamos conhecimento de um lado dela – ora se esse lado se mostra oportunamente repleto de coisas boas, porque não? – Lógico que não devemos nos manter passivos quanto a possibilidade de descobrir novos horizontes, não é isso, aproveitar o lado bom que se conhece da vida não quer dizer estacionar, muito pelo contrário, e se a única forma para que esse aproveitamento se torne vantajoso no momento é sonhando, que seja. Um outro aspecto, que não deve ser descartado como vantajoso em se viver enquanto se dorme, é a premissa de que o real nunca ultrapassa o imaginário. Durante o sonho podemos fazer qualquer coisa, ser qualquer coisa, estar em qualquer lugar e com qualquer pessoa – veja bem, quando se refere aos sonho, não necessariamente é preciso que uma pessoa esteja dormindo. A pessoa pode estar em transe, sonâmbula, lendo um romance, uma ficção, literalmente sonhando acordada, fazendo planos e visualizando com os olhos da mente como seria a concretização disso. Num confronto necessário entre sonho e realidade, pode-se definir a vida de sonhos como uma fuga útil daquilo que é identificável por todos os seres como rotineiro e enfadonho. Mas, mesmo assim, podemos falar de viver sonhando como válvula de escape, a partir de certos atributos inerentes à condição humana, sem necessidade de confronto com o que existe de fato, podemos fazer uso de nossa consciência para estabelecer o perfeito equilíbrio entre os dois universos: o real e o imaginário.
Viver é bom, equilibrar as coisas é bom, traz contentamento, simplicidade, paciência, saber viver nos faz mais sensíveis, alegres, carinhosos, iluminados e confiantes, com uma pegada mais poderosa, exercendo uma irresistível atração sobre o outro. Encarando dessa forma a existência, a palavra de ordem é: aproveitar-te-ei lado bom da vida, darei o melhor de mim porque você é boa, mesmo que isso, seja compreendido como uma maldição lunática por aqueles que não entendem todo um universo de pequenos gestos afetivos. E não, isso não é uma oração. Mas é uma contradição, pois gosto de sonhar de vez em quando, porém, para mim, bom mesmo é quando abro os olhos.
***
(Viu, Gustavinho, não fique triste se algumas pessoas enxergam que você está em cima de uma árvore quando você sabe que onde elas veem uma árvore, você, de olhos bem abertos, vê um foguete).
Gustavinho é meu amigo ficticio: um fofo.
ResponderExcluir