Echo, echo, echo(...)

quarta-feira, 14 de setembro de 2011


Chegou de mãos dadas com um cara que conversava umas lorotas do tempo que vovó era paquita.
Depois de dois drinques o cara arrotou igual a um porco e bateu com a palma da mão esquerda na barriga: “pronto, vai peidar”, eu pensei.
A minha amiga que chegou com ele? Ah, ela escreve bem, sorri lindo, bebe pra caralho, é boa numas outras tantas coisas mas, puta madre!, nunca vi tamanha incompetência para escolher um cara pra sair de mãos dadas num sábado à noite – se “esse cara” fosse pelo menos só para trepar e tals, mas era sempre mais que isso. Eu, como boa amiga que era, só dava pitaco quando requisitada, no mais, mantinha minha boca um túmulo. É chato saber que coisas ruins podem acontecer ao se falar a verdade nua e crua pra quem não te pediu opinião. Mas as pessoas deveriam permitirem-se ser francas desde o começo: não se deve mentir por medo de que as pessoas possam não gostar de quem somos. Nada de falsa modéstia, senhores, espero que não queiram isso para vocês. Lógico que não vamos sair por aí dando uma de “repórter vesgo” e arrotar falta de educação na cara das pessoas. Devemos resplandecer felizes por sermos quem somos e não nos envergonharmos de não podermos nos impedir de o ser. Vejam bem, falar a verdade não quer dizer falar de qualquer jeito – isso pode magoar. Antes de tudo vale a pena se pôr no lugar do outro (just in case). – Claro que se deve melhorar dentro do que se é, mas a essência não é mutável: podemos melhorar ou piorar dentro do que somos, mas não podemos mudar. E desta vida o que será válido? Certamente a maioria de nós é sempre seduzida pelo sabor de aventura que a vida oferece. São formas variantes, na verdade, que estimulam a alma emotiva do ser humano, que permitem que ele esteja bem, e só quem não tem sensibilidade se atrapalha com elas – essas formas variantes são grandes oportunidades de vivência, e de aquisição de sabedoria. É maravilhoso quando a caminhada através da vida nos força a se enquadrar dentro do verdadeiro eu – como num teste de sobrevivência. Muita gente acha que o próprio sofrimento é sempre maior que o de qualquer outra pessoa no mundo, como se estivessem numa disputa onde ganha quem está na pior. Isso é uma bobagem. Nunca canso de dizer: a vida é doce, senhores.
Mas essa é a minha verdade. Não quer dizer que a minha verdade seja a sua verdade. E quais seriam as verdades existentes? Que moral temos para falar dos erros de alguém se nós cometemos os mesmos erros, talvez erros piores? Então ao invés de “arrotar verdades” na cara da minha amiga, que já estava visivelmente morrendo de vergonha por causa do cara “muito massa” com o qual ela estava saindo, eu fiquei me divertindo com “a vida como ela é”. (Nelson Rodrigues estivesse por ali escreveria um roteiro e tanto). E eu pedi mais um drinque irado, pois já que Deus estava ocupado, quando se está biritando dá para suportar a visão do capeta (e eu nem me pergunto mais porque que a gente é assim).

Um comentário:

  1. Deus?? ocupado????
    tava nada...
    queria ver seu mal e ver como gente como a gente se sai numa situação de merda!!!!
    auauau

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