Echo, echo, echo(...)

quinta-feira, 17 de junho de 2010

BANIMENTO ESPONTÂNEO



Nosso encontro, atigamente verdadeiro, já não passa de imaginação
Sinto a falta de tuas mãos que nunca me tocaram de forma inexata
Você me ama mas já não concretiza, apenas me procura
Seus olhos já não me olham ao longe
E eu, já não tão paciente, caminho com meu coração vaidoso nas mãos
Oferto ritos cruéis de paixão e me escondo do sorriso simples
Percorro o mesmo caminho de todos os dias

A hostilidade com que escrevo me liberta de amores suicidas:
minha trágica verdade
Não posso estar feliz nos bares infectos que frequento
Enquanto a cabeça tomba de lado e no copo já não cabe meio trago de cachaça

Sonho com a tragédia oculta em nosso quarto
Sou soberano de um mundo temeroso
Descanso nos abraços de quem ousar me levar
porém me mantenho calado, pois tudo que posso dizer criará um novo mundo de fantoches - e isso me despertaria sóbrio mais uma vez

Sou a fera caminhando para o penhasco
Longe de todos
Sou movimento insano: a Babilônia me sorri
O salário do pecado é a morte
O diabo é o pai da morte
Mas os injustos ainda têm esperança
Meu olhar vagueia vendo cabritos macios entregues as convenientes explosões das maiores guerras

Hoje me vejo contente em meu exílio
Hoje sou sensual como o canalha original, que se apresenta em todos os picadeiros - o fracasso me encarava atordoado, procurando alguém que o entendesse - Hoje eu me encontro como sempre fui: sem confusão
De peito aberto, longe de tudo
Covenço-me com meus próprios argumentos
Sou o príncipe dos principados
E tudo que ousei imaginar existiu de forma assombrosa, pois sabia-se censurado desde o início

E, de cima de meu penhasco, eu não mudei o mundo
EU MUDEI MUNDOS.



- Salvador Rios.

8 comentários:

  1. Olá Adorei o blog!!
    Estarei a seguir e acompanhar suas postagens!
    Espero que acompanhe minhas postagens também!

    Beijos.

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  2. E depois sempre permanece o silêncio. Cruel e indiferente... lindo texto...

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  3. O que silencio jah naum fere ou mata, pois jah naum eh de indiferença e sim de amor.

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  4. Quem recolhe um silêncio como o seu é deveras feliz.

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  5. i still here... i'm your silence...

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  6. Quero um pouco desse silencio absoluto.

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  7. Todos podem ter, porque todos podem ser.

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