***Ensejo de recanto perpendicular.*** (So, is there any word out of this dream? The words are inside you, my friend, and they're looking for you).
Echo, echo, echo(...)
sexta-feira, 30 de outubro de 2009
Já notaram como um homem maduro é frágil?
Minha saudosa chefa, Elytelma, essa semana me disse em uma conversa informal que tinha um amigo que estava numa fase um pouco complicada: aos trinta e tantos anos confidenciou ele que apesar de estar saindo com ninfetas bastante jovens e bonitas notava que certa insatisfação que ele andava sentido estava beirando a indigestão. Diante desse quadro, minha superior, muito estrategicamente transformando a resposta em eufemismo, disse: “Mas o que é que você queria? Uma pessoa não pode se alimentar apenas de sobremesa! Os docinhos de festa, sorvetinhos, chocolatinhos e outras guloseimas são deliciosos, é claro, mas ninguém vive só disso. Pode-se morrer de diabetes e frustração.”
E eu morri de rir com isso. Mas, afinal,você pode dizer a idade de um homem, ou pelo menos a idade mental dele, a partir da idade da sua companheira?
Se ele joga playstation, por exemplo, ele seria um imbecil imaturo? A escolha lexical num papo, as gírias que ele usa, a migração das roupas estilo pólo e camisa de botão para as confortáveis camisetas de algodão, até alcançar a perfeição: camisa de banda de rock, enfim, são muitas as maneiras de se medir a maturidade de um homem. Mas talvez nenhuma se compare à idade de sua companheira.
Quando se é um homem maduro qual será a verdadeira importância da idade mental? Afinal para quê se precisa de uma garota jovem, bonita e com cérebro? Como em o cheiro do ralo: não importa, o que importa é a bunda!
Aí em certo momento depois de tanto bolinar “bundas jovens” o homem maduro passa a sentir falta de um bom papo – e quando digo bunda estou falando a respeito de mentes vazias. Mas, como poderia ser isso se o próprio Baudelaire dizia que “amar uma mulher inteligente é prazer de pederasta.” ?
Porém chega uma hora em que o algo mais é uma prioridade na vida. Já não basta mostrar pros amigos o troféu bebezinho, porque agora, ao contrário do que pensavam aos dezoito, eles já têm consciência de que não é só a questão da carne fresca que importa, o conteúdo também é bastante importante, e se puder unir os dois então maravilha. Segundo Leonardo Luz “depois do trigésimo ano de vida todo homem faz, inexoravelmente, dezoito anos de novo. E volta a querer bundas grandes, bundas enormes, bundas carnudas, etc. Exatamente como na adolescência. E arruma amante gostosa, paga plástica pra mulher e volta a comprar revistinha de sacanagem. E dos trinta aos cinquenta o homem se mantêm nos dezoito.”
Talvez isso seja até engraçado. No mais patético. Depois poético. Por fim, como dizia o ditado: “quem come prego sabe o cu que tem.”
Dica de livro: A Insustentável Leveza do Ser de Milan Kundera e Caçada Implacável de Stephen Marlowe.
Ejoy them!
Obs.: Na foto Rutger Hauer.
quinta-feira, 29 de outubro de 2009
Artificially sweet
What do you do when you know something's bad for you but you still can't let go?
I never had fear to be use for amusement.
But this time(...) I don’t know, I just can’t lost control.
I don’t want my steps leads me to one mistake - what did I do to deserve this? - Each beats of my heart reminds me you.
I’m lost! I’m about to break myself.
And only thing I need to do is walk away from you.
I can do it, can’t I?
Hope so.
quarta-feira, 28 de outubro de 2009
Claro, como podemos amar um amigo podemos amar a felicidade. E podemos nos aventurar sonhos à dentro, mesmo com toda crueldade e sofrimento que possam existir. – o que nos resta além da aniquilação em massa que produzimos? Por que empurramos tanto lixo para dentro de todas as coisas? Devíamos temer que as porcarias que criamos nos corroessem com uma fome maior que o próprio nome. E devíamos ter vergonha, muita vergonha, de saber que nossa vaidade ultrapassa as barreiras do saudável nos transformando em míseros seres que cedem arriscadamente ao vício da mesquinharia. Não vou nem esticar o assunto sobre o reflexo pálido de quem só se importa consigo mesmo(...) esgotaria o fôlego.
É com temor que nos vejo entregando nossas almas milímetro a milímetro aos confortos da vida patética. Não quero permanecer cega no escuro, na aceitação, como se fosse uma ovelha cujo pastor seduz com chicote. Não posso afrouxar meu pensamento modelar e me quebrar caindo num abismo de futilidades. As pessoas estão se deixando corromper sem perceber que essa canção de destruição as transforma em ralé, colhendo trocados de desprezo.
Como eu gostaria que um raio de fogo e mel varado de luz atingisse a massa e a transformasse – já que o fogo tudo transforma – em criaturas ideais e encantadoras. Seria perfeito, divino, magnífico. E seria bom que fosse logo antes que o amanhã deixasse de ser pleno e belo, tornando-se fúria na forma mais hostil. Nossa loucura está perigosamente desfazendo o mundo em ruínas. Vamos nos tocar!
terça-feira, 27 de outubro de 2009
I’m trying to keep walkin’- this is so hard to me.
No fate could touch me again,the truth is more than you ever know.
I realized the wine has no taste without you by my side – when we danced to the rhythm of the band I knew the heaven is here (I remember when I saw you playing electric bass – just one time).
Right now there seems no reason for any of it(…) does there? – could you give me another life? No, I don’t think so. And I can do anything about our life, but I’m not done w/you either.
I get along anyway I care.
Or something like that.
How can I say, Bono?
"Hold me, thrill me, kiss me, kill me."
Doesn’t matter.
segunda-feira, 26 de outubro de 2009
Quanto as críticas.
Estive conversando com Junyor esse fim de semana e durante o diálogo fiquei esperando uma crítica ao meu discurso. Eu me dei conta do quanto gosto de críticas, mas de críticas com argumentos, gosto de saber como a outra pessoa encara o que penso, como ela se expressa, mesmo que eu não concorde em nada com ela. Para isso precisamos de uma noção boa do que estamos falando e, claro, de boa ótica – até porque as existentes e de maior visibilidade são sofríveis. Por um momento, digo, por um período recente me pareceu que a qualidade deixou de ser importante – estarei certa quanto a isso?
O fato é que eu adoro bons diálogos, adoro, adoro, mas as pessoas com quem poderia estabelecer esse tipo de laço estão tão sem tempo quanto eu. Em geral quando estou em uma reunião com amigos fico desnorteada quando todos começam a falar ao mesmo tempo. Eu ligo todos os meus sentidos procurando um tema interessante que alguém possa ter levantado em meio ao bombardeio de pessoas que só querem, que só precisam ser ouvidas – às vezes sem se dar conta que nada dizem. Ah, mas se detecto um assunto especial, acima do superficial então eu não relaxo. Espero extrair desse assunto o máximo o tempo todo.
Eu não tenho um gênero favorito para um bom papo – pode girar em torno de qualquer coisa embora tenha maior interesse por cinema e literatura. Gosto de pessoas que despertem o tipo de diálogo inteligente, maduro e com gosto refinado – aprendo muito com essas pessoas – tomara que esse aprendizado seja eterno.
Hoje vou terminar com uma sugestão de dois filmes hipnotizantes:
“Partículas Elementares” (2006) de Oskar Roehler e “Uma Jovem Tão Bela Como Eu” (1972) de François Truffaut. Ambos os filmes lidam com problemas emocionais profundos e apresentam uma verdade humana autêntica. Os atores mantiveram, sem dúvida, seu empenho ao máximo.
Espero que gostem.
sexta-feira, 23 de outubro de 2009
Considerações.
Não consigo saber tudo o que se passa no mundo inteiro e não acho legal essa tendência de hoje. Acho que o bacana mesmo seria que as pessoas selecionassem o máximo possível aquilo que veem e leem. Há pessoas que parecem querer falar sobre tudo – como se fosse possível alguém entender bem de tudo – e acabam se perdendo no meio de uma conversa, pois nem elas lembram sobre o que estavam falando no início. Claro que eu tenho ainda muito disso – notem que me estendo com facilidade ao escrever sobre o que quer que me venha à mente – apesar de estar galgando a elite dos autores, ainda perco muito tempo com informações que, não só me interessam pouco, como não me acrescentam nada. Sofro por ter nascido num lugar com insaciável sede por auto-exposição. Sei que isso é muito provinciano. Mas realmente não consigo ir com calma, vendo o que de fato importa. Meu problema maior é não ter paciência (...) bem, ao menos eu procuro distinguir o atual do conservador. Ora, o que importa é ser governante de si, não se deixar rotular, monopolizar ou rebocar por velhos dogmas, clichês ou hábitos, é estar centrada em mim e não nos outros. As pessoas estão numa corrida desenfreada por informação e isso é deveras ruim. É uma competição onde cada um quer estar mais por dentro que o outro. Sei que ainda não fujo à regra: ainda sou assim, apesar de ficar tonta com esse marasmo de ideias. Sem isso acho que me sentiria deslocada. Resultado: entendendo um pouco de tudo não sei satisfatoriamente de nada! Meu consolo é saber que uma postura mais solitária me faz muito bem quando eu a adoto. E é a que tenciono seguir mais dia menos dia, uma vez que pude perceber com clareza dolorosa que estarei no caminho certo agindo dessa forma para depois de tudo acabar me sentindo perdida, como se Manoel Bandeira virasse o conselheiro do mundo depois que se descobrisse que as passagens pra Parságada estavam esgotadas desde meados do século passado.
quinta-feira, 22 de outubro de 2009
Vejo as pessoas transitando pela janela e penso em mim circulando eventualmente pelo meio artístico. Sinto que eu poderia perfeitamente viver de forma a ultrapassar meus limites. A invenção de novas formas de agir na vida, para mim, faz com que as formas tradicionais percam a aparência de sagradas. Concordo com Antônio Cícero quando ele diz que “na poesia, não é a novidade que conta, mas sim o imponderável.” E ainda cita como exemplo Goethe: não escreveu o primeiro Fausto, mas fez o melhor. (Você já leu Fausto)?
O fato é que ainda não me tornei uma leitora muito seletiva. O que é uma pena, pois sei que não posso mais desperdiçar os dias, sobretudo por andar com absoluta falta de tempo.
Ontem folheei o livro de Menotti Del Picchia, que encontrei na estante, e fiquei a procura de um conto que me privasse do barulho que vem da casa vizinha – um aniversário talvez? Ah, meus pobres ardis. Reparei que isso de que não há diferença entre sentir-me feliz em meio a duas ou três pessoas, ou entre uma multidão frenética e saudosa por afeto não funciona comigo.
Por vezes sinto que a paixão me enlaça a cintura com grande beleza física e força sobre-humana. – Uma paixão vinda de personagens imaginários dos magníficos livros que lemos. Estou curiosa: qual foi seu último personagem favorito?
Na foto, Faust Fausto 1926 Cinema Alemão Clássico Cult baseado na Obra de Goethe.
quarta-feira, 21 de outubro de 2009
Agora, por favor, não me peça o que não posso(...) eu sou apenas uma menina que resiste quando tudo se complica, e só. Minha história é simples, poderia caber na orelha de um livro. Amei tanto e a toda hora que com o passar do tempo criei o hábito de amar mais, de me apaixonar mais. Em certo momento Nietzsche escreveu: “é uma barbaridade amar uma única pessoa, pois é algo que se faz contra as outras.” Talvez esse pensamento reafirme a premissa bíblica de um dos 10 mandamentos que diz: “amai-vos uns aos outros assim como eu vos amei.” Mas por que é tão complicado o amor mais sublime que o amor com interesse sexual? Por que dizer eu te amo não pode ser por afinidade de almas, sem cama? Por que não se pode ser apenas amigos? Por que não posso amar em paz e demonstrar esse afeto natural e espontaneamente já que amo muitos de diversas maneiras? Amo todos os meus amigos – tento amar também os que não são – mas, certamente, sempre fui seduzida pelo sabor de aventura que a vida oferece – mesmo por algo do cotidiano, pois, como li em algum lugar, nada precisa ser fantástico para ser bonito, o simples também pode ser belo. São formas variantes, na verdade, que estimulam a alma emotiva do ser humano, que permitem que ele esteja bem, e só quem não tem sensibilidade se atrapalha com elas. – Elas são grandes oportunidades de vivência, e de aquisição de sabedoria.
É maravilhoso quando a caminhada nos força a se enquadrar como num teste de sobrevivência. Já vi muita gente achando que o próprio sofrimento era maior que de qualquer outro, como se estivesse numa disputa onde ganha quem está pior. Acho isso uma bobagem. A vida é doce.
Bom, vou finalizar com uma frase do grande Kafka:
“Há em mim uma imensa saudade da vida não vivida.”
E que os céus continuem abertos.
Amém?
Amém!
Na foto, Radharani e Narayana.
segunda-feira, 19 de outubro de 2009
INVASÃO.
Como é que podemos suportar esse olhar e baixar a cabeça sob o julgo do Criador?Ele invadiu o recanto sem pedir licença,
segurou minha cabeça com as duas mãos e
ousou espremer meus lábios num beijo de desespero.
Não pude recorrer a adolescente que vive em mim.
Não pude correr depois do sorriso amarelo, nem esbofetear a face
envergonhada pelo ato insólito.
Foi loucura?
Sim, foi loucura.
Então, por favor,
nunca mais faça isso:
nunca mais estrague uma tarde de sol assim.
Obs.: Na figura temos a Galáxia Olho de Deus, também conhecido como Helix Nebula Eye.
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