Echo, echo, echo(...)

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

O dever está sempre em primeiro lugar.


Na foto: Radharani Morena.
Juliana não sentia o fogo da paixão crepitando dentro dela... chorava quando assistia a Meg Ryan nos filmes “mela cueca” não porque estivesse apaixonada, mas justamente pelo fato contrário. Quando seu marido a procurava para fazer amor, ela se escondia, dava uma desculpa, mas quando não tinha jeito, ela rezava para que ele terminasse logo. Era a própria Emma Bovary: desejava largar tudo e ir em busca de diversões urbanas que ela imaginava e que nunca eram concretizadas, um grande amor, uma cara metade que a fizesse querer morar numa casa de palha, mas que tivesse dinheiro e inteligência suficientes para não fazê-lo. Juliana queria acordar um dia e sair de casa sem dizer nada, simplesmente sair com a roupa do corpo. Mas ela não queria ser apontada na rua como a mulher que se separou do marido e arrumou outro logo em seguida, isso seria mortal para ela: “vejam, lá vai a separada!” se escutasse alguém dizer isso ela tombaria desacordada e duvidava que pudesse levantar-se por pelo menos dois dias inteiros. Não podia agir como uma mulher de hábitos pouco louváveis e de ostentação moral falsa. Era um querer x fazer, onde o querer sempre ganhava e o fazer era sempre reprimido.
Ela queria ter filhos e não sabia quando, ela queria sair por aí, mas não sabia como...
pobre Juliana: mais indecisa que isso impossível. Nunca foi dona de seu próprio destino. Pensava somente em se não conseguiria mais se apaixonar. E se as pessoas realmente a apontassem e a julgassem sem piedade por ter abandonado o lar?
Juliana não se sentia feliz e nunca deixaria o marido.
- Régia Ribeiro.

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