A forma como vivo minha juventude, o momento em que se deu minha tardia formação como o que acho que é ser uma escritora, as mágoas e as chagas abertas em meu peito por não enxergar o mundo como o mesmo filtro das pessoas comuns, ainda vai ser tema muito comentado por mim. - Só sobre isso há muito para ser dito: tem muito pano para manga.
Eu estou, atualmente, bastante satisfeita pela forma como as coisas vêm tomando rumo. Pelo menos uma dezena do que ando produzindo estão veiculando por aqui, e boa parte do que disponibilizo no blog constitui parte de um projeto audacioso com pessoas muito queridas – as quais nunca abracei pessoalmente, mas já amo.
Eu andava meio preocupada como o fato de poder receber o título de autora de segunda linha, mas parei um instante e pensei: que se foda!, afinal, se meu mérito só puder ser encontrado por leitores desajustados, inexperientes (tanto quanto eu) ou por uma juventude que vê na literatura que preparo certas situações parecidas com a realidade em que vivem, que mal haverá? Sei que meus personagens são simples colagens do que acontece ao meu redor, mas não é por isso que deixam de ser elaborados no corpo do texto. - Claro que o forte caráter auto biográfico pode ser encontrado ao longo de quase tudo que escrevo: assisti ou participei de quase tudo mesmo(...) Meus pseudônimos são meus alter egos praticamente não ficcionais.
Não gosto muito de simplicidade aparente. Em contra partida, amo narrar os eventos de forma direta – só me falta dominar perfeitamente as técnicas do fazer literário.
Toda fluência de meus personagens e personas são reflexo de tudo que pude observar ao longo dos anos: minhas verdades muitas vezes são tidas como mentiras extraordinárias. Pensei por vezes num efeito imediato que remetesse ao leitor um texto saboroso, algumas vezes divertido, mas que em seguida fizesse surgir algum tipo de identificação entre quem lê e quem é lido. Gostaria de priorizar os momentos de paz, mas não posso descartar o efeito vigoroso que longas feridas – algumas cujas cicatrizes nunca cicatrizam plenamente – produzem.
Espero que tudo dê certo como tem dado até o momento. Só preciso, talvez, que o tempo seja ágil.
Por fim, deixo os senhores com uma frase que li em Uivo e outros poemas de Allen Ginsberg:
“A suave busca do crescimento, o gracioso desejo de existir das flores, meu êxtase de existir no meio delas.” - trecho de Transcrição de música de órgão.
Escreva. Não se justifique. Escreva que você é muito competente! Escrever é um ato libertário. Liberdade da mente inventando e reinventando o mundo. Nada de bitolas, camisas de forças cerebrais. Críticos "versados" na arte da escrita são idiotas e desonestos...somente! No mais, tudo é meio autobiográfico. O próprio realismo fantástico (mesmo o de Cem Anos de Solidão) tem muito de vida vivida e recontada.
ResponderExcluirNabuco
Sim, querido(...)Competência, ora pois!!!
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