Echo, echo, echo(...)

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

VARIAÇÕES




Quando a lua tornou-se minguante, ouvi apaixonados suspirando.
Meu coração é um turbilhão de violentas emoções.
Meu coração é a solidão no bar que acabou de abrir.
Vejo a morena alta e gorda que se aproxima e deixo que ela coloque a mão sobre a minha.
Ela se debruça bêbada e bebe meu único copo de água-ardente.
Ela foi a perdição da minha vida desde aquele instante: gerava um filho que não era meu.
Pedi que o único garçom colocasse uma música triste e, com a mesma tristeza, levei minha perdição ao banheiro, para que algo de mim estivesse no filho.
Saí tropego: "Meu Deus, não sou muito forte."
Meu coração gemia um único verso aranhado e desnecessário.
O dia raiou e eu fui para a casa onde poderia dormir com a loirinha, que já me esperava morna em cima da cama.

- Salvador Rios.

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