Echo, echo, echo(...)

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Encontro convencional


Eles se falavam por telefone há tempos - Já que ele não podia abarcá-la por causa da distância.
Um dia eles decidiram que tinham de se encontrar. Ele disse querer roubá-la só para ele durante quatro dias.
Ela disse que todos, cedo ou tarde, têm esse pensamento sobre ela.
Marcaram de se encontrar uma semana depois.
Ele foi até a cidade dela de ônibus e ela o guiou, por telefone, até seu próprio apartamento.
Ao chegar lá, ele viu garrafas vazias pelo quarto. Garrafas de vodca ruim, de cachaça barata, de cerveja long neck e nenhum copo.
Ele pensou: "Meu Deus! Será que ela bebia no gargalo?! Será que aquelas garrafas representavam a odisséia de suas madrugadas boêmias?!"

Ele deixou as malas de lado e abraçou-a com fúria.
Ela mostrou-lhe o banheiro e enquanto ele tomava banho ela preparou o jantar e abriu uma garrafa de vinho.
Eles conversaram alegremente na sala. Depois foram juntos para a única cama que existia no apartamento.
Fizeram sexo urgente, cheio de ruídos, e depois fizeram um tipo de amor sublime, como se apenas eles dois conhecessem os mistérios da paixão.
Ela disse:
- Muita coisa boa me aconteceu quando eu namorei uma filósofa.
Ele:
- Você já namorou uma mulher?!
Ela:
- Fisicamente não. Namorei as ideias dela.
Ele:
- Ah.
Ele novamente:
- Você pode guardar um segredo? Eu também já namorei um filósofo.
Ele foi embora quatro dias depois.
Ela ficou.
Eles se falam por telefone há tempos.
Um dia decidiriam se encontrar de novo.

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