Echo, echo, echo(...)

terça-feira, 3 de novembro de 2009


Era uma vez uma ela que se perdia no desgaste de seu próprio fôlego. E essa ela se perguntava constantemente o que havia acontecido aos seus heróis. Ouvia gritos madrugada à dentro – vez por outra tiros. Não acreditava no que escutava, nem no que lia e apenas em metade do que via. Acreditava que esse mundo não é para pessoas que estão habituadas a amar demais, a se divertir e digerir ações sem peso na consciência por estarem vivas.
Ela era dessas elas que competiam mentalmente contra a teimosia verbal dos frouxos e cretinos – malditos cretinos empestando o mundo.
Mas essa ela, essa mulher, olhava nos olhos e sorria e sentava-se na cama para depois deitar-se sem dormir. Deliciava-se com os raios de sol surgindo longe e acordava feliz mesmo sem haver dormido.
Era uma vez uma mulher que ousava fingir, que fingia muito bem, fingia tão completamente que chegava a fingir que era bem estar o bem estar que ela de verdade sentia. Era fã dos versinhos de Alice Ruiz. Não gostava de se explicar e se explicava mesmo assim. Andava rápido, vagando quase sem parar.
Um dia sabia que iria ter de frear, não sabia quando.
Morreria em janeiro
sem saber como.

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