Echo, echo, echo(...)

quinta-feira, 5 de novembro de 2009


Foi Antônio Cícero quem disse que “com o passar do tempo, se você não publica, os poemas vão diminuindo de número e não aumentando.” Assim que li essa afirmação concordei. Minhas ideias – tanto as escritas como as ágrafas, tais quais as da elite artística, - também estavam sujeitas a um processo progressivo de erosão. Já não penso mais da forma que pensava quando escrevi meu primeiro conto, meu primeiro poema, meu primeiro romance.
Mudo constantemente o que escrevi porque mudo constantemente a mim mesma. Claro que tudo seria muito diferente se publicado: já não haveria o que eu pudesse fazer.
Houve um tempo em que me importava à maneira como os outros viam meu “trabalho”. Hoje em dia tanto faz se as pessoas especulam a respeito do que escrevo – desde que desperte o interesse de alguém que não tenha o ego inchado acho que não devo me preocupar.
O fato é que com o tempo passando, meus olhos já não querem fiscalizar a pilha de papel que sempre se acumula por cantos escolhidos da minha casa, seja por seu conteúdo que já não me parece tão útil ou porque já não existam mais resquícios em meus pensamentos sobre o que está ali diante de mim.
Às vezes fico tão chata, sem conseguir me concentrar para finalizar e organizar meus projetos que já não me interessa o que está em jogo. Isso sem mencionar os projetos a longo prazo.
Nunca quis presentear alguém com essas pérolas que escrevi – salvo duas ou três situações - por achar que não existam pessoas que possam compreender tais devaneios, principalmente ao usar meus personas prediletos: os masculinos. Quando uso pseudônimos fico menos tensa com o conteúdo vibrando da mente para o papel. São coisas perfeitas, íntimas, as mais corretas com que posso contar. E meus neurônios, minha alma e meu semblante são preenchidos com ar mais puro e só quem não é poeta não se sente assim.
Dei uma parada para essa reflexão, agora vou lá com meus lamentos e meus sorrisos.
Como diria meu pai: “Quem é bonito é bonito e quem é feio que Zidane ou faça gols!”

Obs.: Na foto Marcelus Bob aconselha Narayana.

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