Echo, echo, echo(...)

sexta-feira, 26 de março de 2010

Irei cuspir-vos nos túmulos


Ah, hoje estou esperando muito de mim, mesmo me sentindo ainda muito libertária nos temas que procuro desenvolver, meus formatos fixos de pensar estimulam o melhor de mim apenas para o trabalho – ando vendo muita gente se glorificar de ter o pensamento em turbilhão sem conseguir manter um foco quando forçado a se enquadrar. Isso é terrível, terrível. - Claro, não podemos passar pelos dias de hoje sem ceder ao marasmo de informações que nos é empurrado garganta à dentro diariamente sem dó, mas por que não manter uma lista de desejos permanente e linear até que os mesmos sejam alcançados? Para quê mudar de ideia sem alcançar o que antes era o foco? Por covardia? Por altruísmo? Incapacidade?
É indiscutível que devemos mudar nossas expectativas de tempos em tempos, senhores, mas por que desistir de algo antes de conquistá-lo ou mesmo antes de tentar subjugar nossos anseios?
É fato que sempre me perco nos assuntos que começo, tangenciando meus pensamentos e me distanciando do tema inicial – numa roda de amigos beberrões isso é completamente entendível, mas, e no dia-a-dia não seria mais vantajoso manter a ordem das coisas? - às vezes assuntar de forma simples e direta, é até menos cansativo que se perguntar depois: “o que era mesmo que eu estava dizendo?” - a escolha lexical também é importante, mas será mais importante que o domínio daquilo que se quer transmitir?- Dá para terminar um assunto e enveredar em outro deixando, desde que se saiba o que se está dizendo, apenas que as coisas fluam? Claro que sim. Eu até faço de caso pensado quando percebo que os assuntos vão se encaixando, pois não é minha prioridade falar de coisas diversas, por vezes sem conexão alguma – mesmo que eu o faça impensadamente durante a semana.
A ideia de começar um discurso sobre algo e finalizar com um tema “nada a ver” é apavorante – na realidade apavorante é não saber mais o que se está querendo dizer para um monte de pessoas que não estão nem aí, pessoas que se riem de tudo ou que fingem entender de tudo, tanto pior.
É, acho que é isso mesmo.
Enfim, estou trabalhando muito em minha lista de prioridades para esse ano. Não gostaria de saber mais tarde que deixei que algo ou alguém atravancasse o meu caminho dessa vez.
Para aqueles que duvidam de si, eu sinto muito, e para aqueles que duvidam de mim, o título de um dos livros que o Boris Vian traduziu começa a boiar em minha cabeça: irei cuspir-vos nos túmulos – Sendo ríspida no sentido amplo da palavra.
Cansada eu? Não, senhores: tenho andado altivamente a todo vapor!

Obs.: Na foto, gatas no show do Grupo Escolar.

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