Echo, echo, echo(...)

sexta-feira, 28 de maio de 2010


Nunca mais verei os barcos voltar.
Não serei julgado e não sorrirei.
Ela ainda terá alguns dentes.
Eu não verei seus movimentos cadentes, nem sentirei seu gozo em meu rosto enquanto é lambida.
Ela não verá meu corpo flácido, mas pensará em mim ao se tocar entre os mesmos lençois onde possuíra tantos outros, concebendo, mentalmente, filhos bastardos.
Não posso desperdiçar um dia dado pelos deuses: sou como Dédalo empurrando Ícaro para abraçar o além.
Minha tragédia foi amar em demasia,
minha perdição a ruiva,
minha salvação a loira.
E minha ânsia de viver sonhos orientais muito antigos, cortando-me ao meio, arrastando-me nefasto para um lugar distante das mulheres comuns.

- Salvador Rios.

Obs.: Na foto, cena de Jules et Jim, porque a vida de glória é como Catherine.
Obs2.: Para quem gosta de filmes, podem ver coisas bem legais aqui neste blog: http://cinept.blogspot.com

3 comentários:

  1. A morte, o ajoelhar. O passado sempre batendo à porta. Pedras no meio dos caminhos. As retinas fatigadas. As encruzilhadas impedindo o chegar ao outro lado.

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  2. Mas a travessia é necessaria e bem vinda. No mais, cenas de novela são comumente estupidas, mas Assim como os escritos do canalha original, tabém têm sua serventia.

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  3. vc sabe que é a rainha de tudo o que eu quero.

    rainha de minha vida...

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