***Ensejo de recanto perpendicular.*** (So, is there any word out of this dream? The words are inside you, my friend, and they're looking for you).
Echo, echo, echo(...)
quinta-feira, 29 de abril de 2010
Dizendo não, quero dizer sim
(…) E ele me segura pela cintura e diz coisas indecorosas
Minha pele cheira a coisas terrosas
e rimos de tudo e de todos
Fico vermelha no rosto e sinto o formigamento se espalhando pelo corpo
enrijecendo os bicos do peito
Agora já não tem mais jeito
não posso desviar do que devo fazer
De tudo que penso nada formulo para dizer
meus lábios estão atrevidos
em pouco tempo perderei os sentidos
olhos revirando faca na carne íntima do ser
e ainda não estou nua - o que fazer?
Mas ele já me despe devagar
Deuses! Não me poupem esse manjar!
Tenho medo de escorregar em devaneios
na simplicidade do ser, formigamento entre os seios
tropeço para os limites da cama – qual o limite, afinal, para
Quem ama?
E deixo que ele caia por cima enfim
uma lambida no rosto dois dedos dentro de mim
Ai, meu São Serafim!
Cachoeira desaguando
quando isso terá fim?
Então não!
Pare!
Não! Pare!
Não pare! Não pare! Não pare!
- Justine Febril/2009.
I'll take you
Thinking about everything that happened
things you dreamed about but never accomplished
life trying to escape, but not now
at the same time, so much love
was made, remade, lost and requered
black and white pictures of our love onthe wall
reveling Us forever,
Our pride for each other
looking throught the lenses saying
“We don't want anything else”
and that reminded me
that everything was worth it,
and it sure will be forever
I'll take, I'll take you
wherever I go, I'll take you
- Lobão.
terça-feira, 27 de abril de 2010
Dentro de mim.
Ele diz não conseguir parar de me olhar, mas baixa os olhos assim que o encaro
vê meu reflexo no espelho, acha que está tudo bem, sabe que não está.
Não tenta resolver as coisas de maneira clara, e eu, tola demais, nunca percebo o quanto é necessário que as coisas voltem ao normal, para que um desastroso e inevitável fim não nos aniquile.
Meus amigos perguntam por que essa vontade de ser Cristo. Respondo que é por amor.
A resposta não cola, então eu continuo sendo uma idiota, sempre voltando atrás, cedendo demais, não como um copo que está quase enchendo com o líquido, não. Em proporções seria como um grande lago de água cristalina que recebe muitos "farofeiros" todos os feriados, e esses feriados estão se multiplicando ao longo dos meses. E a escolha foi de estar de mãos atadas, sendo engolida pelos dias, um de cada vez. - É preciso estar ferido para escrever? Escrever é o meio termo da autofagia? E o que seria a revolução interna de uma grande paixão? Sou uma marionete degolada atravessando os dias, mas de quê me adianta revirar a faca em minhas mil quatrocentas e quatorze feridas? Para acordar meus demônios?
Estou esperando o conforto dos pregos. A cruz eu já tenho.
Um pseudônimo, então, enquanto aguardo:
“Passaste por mim?
Olhaste em meus olhos, amor?
Ode à injustiça se te falei e não me ouviste.
A tosse tomou conta do corpo?
Nunca mais foi um sonho?
Voltei-me a ti e foi como eu pensava que seria:
desejei-te mais então.
(…)
E tudo mais que o amor pudesse nos liberar.
Sou feliz e infeliz com você fora de mim.
Nunca perto.
Você nunca longe demais.
Nunca acerto.
Você nunca dorme em paz.
E eu sou infeliz e feliz com você dentro de mim.”
- Justine Febril.
“Pouco me conheces, Sr. Aedo, pois fujo de me revelar.
Encontro-me em um deleite providencial e meus amantes não são meus
nem tampouco o são apenas de alguns
e nunca pude ser amante apenas, pois nunca pude ser de algumas dezenas
meu caráter inteiro só me vem com a camuflagem
e é em minhas perucas e em minhas pinturas que existo
meu pulso se dilacerou por mim, vibrou também por você, Leandros in nostros
e por eles todos em algum momento
ora quero tudo, é bem verdade
pouco me conheces, novo companheiro
e já pensas saber tudo de mim:
eu sou Justine
E estou febril.”
segunda-feira, 26 de abril de 2010
Florbela, você ainda me Espanca.
Estava conversando sobre diversos poetas com o prof. Alisson Diêgo quando ele me contou que Florbela Espanca foi apaixonada pelo próprio irmão, mais que isso: os poemas ardorosos que ela escrevia eram para esse irmão a quem ela queria como amante.
Bom, minha atenção sempre se volta para a essência da poesia, na busca da qualidade quando a leio: Florbela sempre me trouxe a forma sedutora de aliciar o leitor amante da poesia genuína, mas saber de sua obsessiva paixão pelo próprio irmão e de gestos tão emocionantes devido a esse sentimento que, claro, não poderiam ser correspondidos, senão “por debaixo dos panos,” fizeram-me ficar surpresa – mesmo tendo lido A Casa dos Budas Ditosos e gostado. Visualizei conscientemente a razão ou raiz da estranheza absoluta nessa história fantástica, mas emocionante, com uma força enorme: nós não somos, em essência, seres sedentários, nossos espíritos estão em constante busca pelo saber: somos peregrinos.
Sabendo que assim como enlouquecer, apaixonar-se também é um ato natural ao ser humano não pesquisei se a história que o Professor me contou era verdadeira ou tinha embasamento, pois acredito que sem realismo trágico ou sem realismo mágico a poesia de Florbela me faz querer ser em algum momento um personagem amado acima de tudo, com fervor.
Todo esse encantamento está presente em nossa vida: encontrar na poesia um voo misterioso, carregado de emoção.
Ah, sobrevoar os lugares de seu cotidiano. Essas sensações se sobrepõem a quase tudo, atrelado ou perdido no espaço.
O tempo passa a não contar mais e nossas próprias nuances solitárias passam a ser vistas de forma poderosa, firme.
Eu sempre amei o poema Fanatismo, belamente musicado por Raimundo Fagner.
Os poetas originais não se limitam numa questão de poetar por poetar: eles captam gestos e sons, incursionam nos medos, segredos, destinam-se à magia de instantes perdidos e achados no tempo em que passam por aqui.
Florbela debrua as emoções com ternura febril, com paixão à flor da pele.
Então lembrei do doce Khalil Gibran, que poderá, por que não, ser tema de uma outra postagem.
Encerrarei hoje com um poema do grande Álvaro Cirne, espero que os senhores gostem:
"SEXO ORAL
Você me beija
Eu falo."
Obs.: Na foto, Florbela Espanca by Botelho.
sábado, 24 de abril de 2010
Estava pensando em tudo de bom que andou me acontecendo nos últimos meses: A.H., Sânzio, Emilia Ract, Iva Tai, meu microondas, meu net book, minhas gatinhas Lilly e Dallas(...)
Então estava tudo muito bom, tudo muito bem, mas realmente eu estava mesmo era cansada de não ouvir nada legal durante muito tempo - tirando e-mails muito queridos. - deixo então que o restante se cale.
Arrumei a casa e escrevi um pouco. Tentei estudar - não consegui. Então vou postar o que escrevi a dois dias e meio, assinando com um de meus pseudonimos mais queridos. Espero que os senhores gostem:
"Gostava das flores amarelas dentro do vaso em cima do criado mudo: não cheiravam bem, mas eram bonitas.
E eu gostava de ver seus olhos voltados para cima, me encarando enquanto trabalhava, gemendo baixinho, devagar, almejando uma vida vivida e não uma vida pensada.
Por pouco eu não comprei uma casa para você – pensei se isso valeria realmente a pena – foi por pouco. Quase confiei na sorte.
No final não consegui descrever o que era estar com você, e, apesar de me sentir bem com a alucinação que me causava o toque aveludado da sua língua, não pude evitar o êxtase que me arrebatou quando me despedi de você no portão.
Agora já consigo me lembrar com clareza do excitamento sexual que seus gestos artificiais me proporcionavam – (quando isso acontecia eu me perguntava se eu precisava mesmo daquilo). O fundo da garrafa me fez ver que a unidade não existe.
Tudo estava ao meu alcance. Então eu estiquei os braços, levantei da cama e fui embora."
- Salvador Rios.
terça-feira, 20 de abril de 2010
Mini conto (para ser) feliz.
Era faceira e tinha uma perna levemente torta, uma voz que parecia saída do mais profundo do coração, bem do íntimo do peito.
Bruno era professor e ela mal o conheceu e logo passou a frequentar-lhe as entranhas. Ele sempre dava um jeito de fugir às investidas dela. Dizia que era comprometido com uma pequena conhecida pelo nome de Agnes e, portanto, não poderia atender seus apelos. Acontece que a deusa do fogo não encarava isso com tranqüilidade, mas fingia muito bem.
Começou fingindo-se de amiga para poder ficar ao lado de Bruno em todas as ocasiões onde se possa estar um amigo de verdade.
E ela aproveitava os momentos em que o encontrava para abraçar-lhe forte e transgredir a regra número um da amizade: colar seu corpo no dele e beijar-lhe a face macia bem no canto da boca, só para instigar-lhe um investimento forçado contra ela. Ele fugiu. Achava-a louca talvez?
Ela passou a visitá-lo em seu trabalho com o pretexto de querer voltar a estudar.
Ele esquivou-se. Consideraria seus atos imorais?
Ela imolava cada minuto em favor de si para poder estar com ele, na esperança de que ele se apiedasse dela e finalmente oferecesse algumas migalhas de seu corpo e de sua cama. E ele nada.
Seria gay? Agnes era realmente sua namorada?
Decidiu-se a deixá-lo em paz, mas não conseguia desatar-se do desejo por ele: estaria apaixonada ou apenas com o ego ferido?
Sentia-se depreciada. Oferecia-se continuamente e ele continuamente a desprezava. Foi quando ela decidiu investigar quem era Agnes. E teve uma decepção extraordinária ao descobrir que Agnes não só não era feia como não era artificial: era angelical e ciumenta como qualquer delinqüente juvenil, e inteligente, muito inteligente. Sentiu-se muito mal. Verificou com pavor que Agnes era absolutamente o que um homem como Bruno aprecia numa fêmea.
Os gestos de Agnes não eram calculados nem precisavam ser. O mau gosto com que se vestia apenas atiçava a graça da garota: não usava maquiagem nem soltava os cabelos selvagens de menina birrenta. Como poderia competir com alguém como ela afinal? Teve uma ideia: seria sua amiga também. Foi lá e apresentou-se à inigualável Agnes e detestou fazê-lo. Preferia ter-lhe desferido um golpe de foice verbal. No entanto com o passar do tempo ela foi se acostumando em fingir tanto que por vezes acreditou ser verdade o que dissimulava.
Não conseguiu nada com Bruno. Uma pena. Mas agora já não estava mais só. Tinha essa nova criança para embalar nos braços, essa criança de quem teve raiva e a quem tratou como rival.
Não pôde ter Bruno, deitou-se com Agnes.
- Justine Febril.
Obs.: Nas fotos, Narayana Ribeiro, antes de dormir.
Doce Vida
Meu amor, meu mundo
Com corações de papeis achados em cestos de lixo
Vendidos separadamente
Resma a resma
Passando de mão em mão
Coração de puta no cio de promessas noturnas
Invisível por vezes para a alegria do tato
Comestível quase sempre para a alegria da escoria
Dou um salto rumo ao teu tremor
E uma lambida grátis em teus dedos finos
Criança velha que me conquistou os sorrisos desta noite
Tenho alegria pelo que nos espera amanhã: ressaca curável e sintomas de fim de carreira no auge.
- Salvador Rios.
Obs.: Na foto, Zach Condon - a quem eu amaria fácil e para o resto da vida.
segunda-feira, 19 de abril de 2010
I will still be here sit in the chair
but I will stop to fall when I could recognize me
mirror, mirror on the world, could you help my sooty skin?
(are they still dreaming with a new life? -
everything is simple and calm if you look with the god's eyes)
across the street people can see the things they suppose are lost
I realized to be with you is good, - or am I just going crazy, darling ?
I can see behind the cleft
(come to nearly here, dear)
I do not I D eia
what am I suppose to do?
sometimes We can win
sometimes We can lose
(we are living together for nothing, aren't we)?
Why do not like when mistakes can hurt our eyes?
Carry on, carry on
forever carry on
sometimes We can win
sometimes We can lose
and I can hear my father saying : keep waking
I keep walking
walking
walking
and We are still here.
- Narayana Ribeiro & Junyor Campos.
I saw yellow flowers
when I looked deep in your eyes
I did wish to dive in verses
Oh, my love, your smile is like a key of an old piano
in my pale skin
I feel unready for our love
with an old music without broke heart
where are you, love of my life?
(I lost myself on a vigorous night)
there is no fear when you stay – then, still close
(who can brings me back you tonight)?
Sometimes we can win
sometimes we can lose
I gave you myself in a right delight
under the new moon
with so many chances lost
I have so much to do
I want to wait the dawn
with some red wine for me and you
red wine, the sun and you – could I put my heart in this recipe?
I want to see the sun light to reflect in your white teeth
and be what we want to be
and do things we would never should do
oh, my poor blank mind
just trying to know the new world now(...)*
domingo, 18 de abril de 2010
Deus é o único ser que para reinar nem precisa existir.
Encontrei a definição do Belo - do meu Belo. É qualquer coisa de ardente e de triste, qualquer coisa um pouco vaga, deixando caminho para a conjetura. Vou, se quiserem, aplicar minhas idéias a um objeto sensível, ao objeto, por exemplo, mais interessante da sociedade, um rosto de mulher. Uma cabeça sedutora e bela, uma cabeça de mulher, digo, é uma cabeça que faz sonhar a um só tempo - mas de uma maneira confusa - com volúpia e tristeza; que comporta uma idéia de melancolia, de lassidão, até mesmo de saciedade - seja uma idéia contrária. Quer dizer, um ardor, um desejo de viver, associado a um azedume em refluxo como se vindo da privação ou da desesperança. O mistério, o desgosto, também são características do Belo.
Apoiado sobre - outros diriam: obcecado por - essas idéias, acho que será difícil não concluir que o tipo mais perfeito de beleza viril é Satã - à maneira de Milton.
- CHARLES BAUDELAIRE - JOURNAUX INTIMES.
Obs.: Na foto, a definição do belo em forma humana: Narayana & Radharani.
sexta-feira, 16 de abril de 2010
Recado ao Ócio
Paga-se pelo resto da vida quando se comete o erro de confiar em muita gente. Acredite, estou cheia disso tudo: preciso voltar a viver.
Porque simplesmente não estou conseguindo me concentrar para achar as respostas. Não consigo me concentrar para matar minhas agonias constantes
Consequentemente
Sempre que esqueço as reticências
Sinto que posso voltar a escrever.
(Como diria o velho Verbero, amigo íntimo de meu pai: fode-te, rea-te, lasca-te
Porque quem é bonito é bonito e quem é feio que se dane – ou faça gols).
Já não uso mais os mesmos óculos escuros
Mas também já não derramo mais as mesmas lágrimas
Nem lágrima alguma
Sou só sorrisos
Até mesmo nos lamentos
Estou superando as minhas próprias expectativas.
(Meu pai está sempre me desejando coisas que nunca desejaria para si
Por quê?)
Eu apenas não sei o que fazer de mim mesma
Não sei se te visito
Nem se atendo os telefonemas – odeio telefonemas
Você tem vontade de que eu faça o quê?
Ah, não diga!
Desisti de saber
Estou chata
E emburrecendo
Pior que nem estou confusa
E você não faz milagres
Nunca fez
Nunca fará.
-Régia Ribeiro/1995.
sexta-feira, 9 de abril de 2010
Sempre peguei o que quis de você - (Para Justine).
Porque você nunca cedeu à loucura de me dizer não
Falo não por vaidade: sempre digo a verdade - até então
Aos seus anseios sou o sonho que aconteceu
Seja gentil porque durante esses dias, esses longos dias,
Serei apenas eu
Depois irei embora e sei que irás sofrer
Mas não tente me largar nunca, vai ser bem pior pra você
Não falo que sentirei muito - afinal o que poderia me afetar?
Você nunca, nunca poderia saber o quanto eu sei não gostar
Longe de você ou perto ainda nesse mês de abril
Eu sei de meus encantos, Justine febril.
Mas ficaria muito grato
Se parasse de usar perucas absurdas e mascaras insanas
Aí lamberei seu rosto, Justine bela na cama.
E cantarei as músicas de cabaré que você tanto ama.
-Salvador Rios.
terça-feira, 6 de abril de 2010
Deus não dá asa à cobra?
*Quem cala consente, ou há momentos em que silenciar é mentir? Quem fala o que quer dá bom dia a cavalo ou escuta o que não quer ouvir?
Por que existem pessoas tão mesquinhas, egoístas, sacanas, egocêntricas (...)?
Estou toda doída por dentro de conviver com pessoas assim – todos malditos empestando o mundo.
Sempre sendo observada, sempre sendo julgada – esperando um retorno de almas sem gentilezas.
E eu andando sorrindo e fazendo parte desse pesadelo: narcisista demais – como uma pequena deusa de um jardim sem cheiro.
Não reconheço mais essas pessoas que passam por mim – todos se encantando e se enganando: desejando-me e querendo-me por querer.
E eu mudo todos os dias, sempre reafirmando que sou eu o oriente que desorienta.
Vou saber distribuir adeuses aos moribundos habituais, e vou saber ser ingrata, arrogante, porra-louca degradante. Permitirei que meus gestos sejam lânguidos e que meus olhos enganem com facilidade e expressão de falso choro; terei as maçãs do rosto coradas e o colo a mostra – cobrirei as pernas e seguirei insegura, servil, delirante, às vezes cambaleando e chutando as coisas pelo caminho: feliz, senhores, feliz da vida.
Descobri que Deus não só dá asas a cobra e as ensina a voar como também presenteia a serpente com um cartão de milhas: Pegue-o, é seu - Deus diz a cobra - quando a asinha cansar, você pode ir de avião.
Deus não dá asa à cobra? Ora se não dá!
Obs.: Na foto, Radharani & Narayana no aniversário de Nalva Melo. Grande Nalva!
Obs2.: E um muito obrigada para minha querida amiga Elytelma, por me fazer saber que Deus dá asa à cobra: lição que não irei esquecer nunca!
quinta-feira, 1 de abril de 2010
Nem todos os meus amores eu posso declarar impunemente.
Podia deixar que você permanecesse parada em frente ao espelho gótico. Poderia sonhar com você em ataques burlescos profundos e estranhos como tua voz cantando Jeff Buckley – adoro Jeff Buckey. Gosto de te ter lutando, ter-te sonhando molhada na cama, gosto de te ver querendo, rebuscando aquela vontade perdida entre os lençóis gastos de tantas noites bem dormidas desde a nascença, durante minha presença entre suas costelas revestidas de carne apetitosa. Eu pude vê-la decepcionada e cheia de olheiras durante dias e dias. Posso ajudá-la a nunca mais voltar. Poderia correr ao seu lado ao invés de montada em seu lombo como um fardo enquanto estiver prodigalizando-lhe caricias mentais durante nossos encontros diários em frente ao espelho. Poderia ser sua amiga ao invés de habitar-lhe as entranhas tão vivas. Quando decidiu ser mais aplicada que de costume eu estava lá também. E quando decidiu ficar inerte eu tive que me submeter. Você acha que está fraca e velha? Eu não estou nem fraca nem velha. Pude conviver com sua resignação noturna, pude calar quando senti que a voz que saia pela garganta era apenas sua. Mas não podia deixar que você ficasse parada bem no centro do mundo girando doido e cheio de glória. Não, Justine, eu não gosto de saber, mas sempre me lembro de que eu sou você.
-Cassandra Elena.
Obs.: O titulo desse post é uma frase que roubei, descaradamente, do Edson marques.
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