Echo, echo, echo(...)

terça-feira, 27 de abril de 2010

Dentro de mim.


Ele diz não conseguir parar de me olhar, mas baixa os olhos assim que o encaro
vê meu reflexo no espelho, acha que está tudo bem, sabe que não está.
Não tenta resolver as coisas de maneira clara, e eu, tola demais, nunca percebo o quanto é necessário que as coisas voltem ao normal, para que um desastroso e inevitável fim não nos aniquile.
Meus amigos perguntam por que essa vontade de ser Cristo. Respondo que é por amor.
A resposta não cola, então eu continuo sendo uma idiota, sempre voltando atrás, cedendo demais, não como um copo que está quase enchendo com o líquido, não. Em proporções seria como um grande lago de água cristalina que recebe muitos "farofeiros" todos os feriados, e esses feriados estão se multiplicando ao longo dos meses. E a escolha foi de estar de mãos atadas, sendo engolida pelos dias, um de cada vez. - É preciso estar ferido para escrever? Escrever é o meio termo da autofagia? E o que seria a revolução interna de uma grande paixão? Sou uma marionete degolada atravessando os dias, mas de quê me adianta revirar a faca em minhas mil quatrocentas e quatorze feridas? Para acordar meus demônios?

Estou esperando o conforto dos pregos. A cruz eu já tenho.

Um pseudônimo, então, enquanto aguardo:

“Passaste por mim?
Olhaste em meus olhos, amor?
Ode à injustiça se te falei e não me ouviste.
A tosse tomou conta do corpo?
Nunca mais foi um sonho?
Voltei-me a ti e foi como eu pensava que seria:
desejei-te mais então.
(…)
E tudo mais que o amor pudesse nos liberar.
Sou feliz e infeliz com você fora de mim.
Nunca perto.
Você nunca longe demais.
Nunca acerto.
Você nunca dorme em paz.

E eu sou infeliz e feliz com você dentro de mim.”

- Justine Febril.

Um comentário:

  1. Dentro de cada um de nós o que desagua(...)*Felizes e tristes por nós mesmos.

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