Echo, echo, echo(...)

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Dizendo não, quero dizer sim


(…) E ele me segura pela cintura e diz coisas indecorosas
Minha pele cheira a coisas terrosas
e rimos de tudo e de todos
Fico vermelha no rosto e sinto o formigamento se espalhando pelo corpo
enrijecendo os bicos do peito
Agora já não tem mais jeito
não posso desviar do que devo fazer
De tudo que penso nada formulo para dizer
meus lábios estão atrevidos
em pouco tempo perderei os sentidos
olhos revirando faca na carne íntima do ser
e ainda não estou nua - o que fazer?
Mas ele já me despe devagar
Deuses! Não me poupem esse manjar!
Tenho medo de escorregar em devaneios
na simplicidade do ser, formigamento entre os seios
tropeço para os limites da cama – qual o limite, afinal, para
Quem ama?
E deixo que ele caia por cima enfim
uma lambida no rosto dois dedos dentro de mim
Ai, meu São Serafim!
Cachoeira desaguando
quando isso terá fim?
Então não!
Pare!
Não! Pare!
Não pare! Não pare! Não pare!

- Justine Febril/2009.

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